GAROTA EXEMPLAR por GILLIAN FLYNN



Autor:  Gilliam Flynn
Editora.:  Intrínseca
Publicação : 2013
Número de Paginas : 448

“Dizem que o amor deve ser incondicional. Essa é a regra, todos acreditam. Mas se o amor não tem fronteiras, não tem limites, não tem condições, por que a pessoa deveria tentar fazer a coisa certa?”


Se não fosse a contra capa do livro que dizia em letras maiúsculas “O CASAMENTO MATA”, mesmo assim eu leria esse livro.

Digamos que com uma divulgação “exemplar” da Editora Intrínseca, desde o lançamento não se fala em outra coisa se não de uma tal Garota Exemplar. E o título já nos instiga a ler mais. Quero dizer, que tal garota é essa que é perfeita? Isso existe mesmo? E logo depois, assim que viramos a capa, está escrito uma frase que muda totalmente o conceito do que você pensou no início do livro.

Amy Elliott Dunne (ou Amy Elliott) é a protagonista de uma série infantil de livros chamado Amy Exemplar. Ela se formou em psicologia e trabalha (trabalhava) como colunistas de testes. Sabe... aqueles testes de meninas que agente sempre vê em revistinhas de menininhas? (Até então eu nem sabia que isso era uma profissão). Pois bem, Amy é linda, tem uma família rica e seus pais são o símbolo perfeito de um casamento que deu certo. 

Porém, o que ninguém, ou poucas pessoas sabem, é que Amy não é a menina exemplar que seus pais a descrevem. Ela é a típica nova-iorquina. Gosta de badalação, variedades, é culta e ama uma vida agitada. Além disso, Amy tem uma mente brilhante, possui um raciocínio lógico fora do comum e é completamente vingativa.

“Antes de começarmos, você tem que entender uma coisa fundamental sobre Amy: ela é brilhante. Seu celebro está sempre ocupado e nunca funciona em um só nível. Ela é como uma interminável escavação arqueológica: você acha que chegou a última camada, e então enfia a pá mais uma vez e chega a mais um novo poço de mina abaixo. Como um labirinto de túneis e buracos sem fundo.”

Nick Dunne, um jornalista que trabalha dando aulas em uma universidade, bonito, com um bom nível de cultura e até então, o garoto sortudo porque se casou com a “Amy Exemplar”. Um homem comum se comparado a sua esposa. Possui uma irmã gêmea e uma família desestruturada, devido a uma separação entre os pais quando ainda era criança. 

Quando Nick e Amy se vêem desempregados devido a uma crise nos USA, eles resolver ir morar na cidadezinha onde Nick nasceu. Com os pais dele doentes, o pai com ausaimer e a mãe com câncer, nada melhor do que ir para lá para ajudá-los. E é nessa cidadezinha que acontece a pior experiência que Nick poderia ter na vida. 

Em seu quinto aniversário de casamento, Amy desaparece. Assim, do nada! Deixando para trás apenas uma caça ao tesouro típica de seus aniversários de casamento. Nick conta a polícia sobre o desaparecimento da esposa e logo tudo indica que é ele o culpado pelo seu desaparecimento. 

Em um thriller totalmente psicológico, daqueles que dá gosto de se ler, Gillian Flynn nos leva a maior aventura de todas. Com uma estrutura nada linear, porém muito bem definida. O livro se divide em três partes. A primeira nos mostra Nick como o vilão e Amy como a menina inocente e vitima de um marido descontrolado. A segunda parte já nos mostra claramente que a autora quis inverter os papéis, nos deixando cada vez mais confusos com relação ao vilão(a) ou ao mocinho(a). E na terceira e última parte, já não sabemos mais para quem torcer. É a mais breve das três e nos mostra o conflito final entre Nick e Amy. Nos deixamos malucos – essa é a palavra certa – e indecisos com relação a qual lado apoiar.

Cada capítulo é narrado por um deles. Começamos por Nick narrando o desaparecimento de Amy e logo depois vemos Amy falando em forma de diário sobre seus dias convivendo com Nick. Se não fosse o final, com certeza teria dado com prazer cinco estrelas para esse livros fantástico. Porém juro, o final me incomodou. Eu tenho que admitir que eu AMEI a Amy (podem me julgar). Ela é uma personagem fantástica. Muito bem bolada e “sem defeitos”. Nem sei se essa é a palavra certa, mas sim, ela é perfeita. Ela não errou, ela não pisou na bola, em nenhum momento ela fraquejou. Por mais que suas atitudes sejam completamente fanáticas, tudo bem. Se ela conseguiu fazer o que fez com uma coisa tão séria, imagine as banais? 

O livro não mostra uma comum guerra dos sexos, está muito longe disso. Ele mostra, claramente, uma guerra entre egos. Uma disputa a procura por quem está certo ou errado na história e isso tudo acaba com um final simplesmente ridículo, que vale a pena ler.

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